Entrevista - Hamilton de Oliveira

Entrevista com Hamilton de Oliveira em comemoração aos 70 anos da Sociedade Hípica de Campinas, em 2018.

Este depoimento faz parte de uma série de entrevistas realizadas para as comemorações dos 70 anos da Sociedade Hípica de Campinas. No total, 33 pessoas foram entrevistadas para o projeto que implantou o Centro de Memória do Clube em 2018: Abelardo Pinto de Lemos Neto, Alfredo Pupo de Campos Ferreira Filho, Antoine Kolokathis, Darcy Paz de Pádua, Dora Ann Lange Canhos, Eliana Aparecida Nascimento Evangelista, Elvino Silva Neto, Elza Maria Spínola Castro Armani, Hamilton de Oliveira, Isabela Affonso Ferreira, Ismar Augusto Ribeiro Neto, José Abel Carvalho de Moura, José Fernando Moreira Monteiro da Silva, José Luiz Arruda Toledo, Juventino Nascimento, Luiz Antônio Baldo Pupo de Campos Ferreira, Márcio Coluccini Francisco, Marcos Alberto Correa, Maria Helena Guimarães Pompêo de Camargo, Maria Helena Barros Ribeiro de Siqueira, Maria Stella Roge Ferreira Grieco, Mauro Correa, Mayra Magalhães Pugliesi, Noreen Campbell de Aguirre, Osvaldo Urbano, Pedro Henrique Delamain Pupo Nogueira, Peter B. B. Walker, Raul Teixeira Penteado Filho, Renata Maria Strazzacappa Barone, Roberto Schmidt Neto, Sílvia Amaral Palazzi Zakia, Vera Vieira, Vítor Trabulsi.

Entrevistado: Hamilton de Oliveira. Associado - Advogado. Ex-Presidente (1 mandato). 79 anos. Nascimento: 09/02/1939.

A maior fortuna da Hípica são as pessoas que passaram pelo clube

"Eu entrei sozinho, porque meus pais não eram sócios, não foram e nem frequentavam. Eu é que me associei em razão da minha atividade social e esportiva na cidade, porque eu pratiquei muito esporte... Então eu é que voluntariamente, sozinho, comecei a frequentar o clube, aqui. Não era o clube como é hoje, era mais uma fazenda aqui, nós frequentávamos uma fazenda, era uma coisa mais unificada, sociável. Éramos muito poucos até então na época, mas com uma solidariedade, uma amizade fora do comum, de famílias. Aí o mundo foi crescendo, a cidade foi crescendo, era inevitável que chegasse no ponto que está aqui hoje, uma verdadeira maravilha. E eu acho a Hípica hoje aqui um dos melhores clubes do Brasil, porque oferece tantas coisas, tantas atividades e dentro de uma área de terreno desse tamanho é difícil você ver um clube assim no Brasil.
Eu acho que tive a sorte ou felicidade de ser o presidente em um momento de transição. Então se você for fazer uma análise no decorrer desse tempo todo, tem o que você pode dizer um tempo antes de mim e depois de mim. Então, éramos um pessoal entusiasmado em trabalhar para o clube, o pessoal que eu consegui reunir para fazer parte da minha diretoria, todos muito capazes, se dedicavam ao clube. Não houve, assim, muita dificuldade. Foi uma época de alteração, então a gente fez aqui várias coisas que eram todas coisas novas, inclusive pegava o associado até as vezes meio desprevenido em razão dos melhoramentos e ideias que a gente tinha na época.
Nós na época, se é que eu me lembro bem, fizemos o picadeiro coberto, o ginásio que não tinha arquibancada, a piscina semiolímpica...  O que mais que eu poderia numerar para você aqui? Vamos ver se eu vou me lembrando. A parte de cobrança de mensalidades também, a parte informatizada de cobrança, a parte da infraestrutura. Nós fizemos muita infraestrutura de cabeamento de luz, porque aqui tinha muito problema de luz e queda de energia, então também fizemos um serviço de infraestrutura muito grande da parte elétrica e hidráulica. Tinha, mas era precária.
O lado mais importante da Hípica na verdade para mim passa a ser quase que pessoal, por que a maior fortuna da Hípica foram as pessoas que passaram por aqui, principalmente na diretoria, todas tratavam isso aqui como se fosse a casa deles, era tudo muito familiar. Eu digo que foi até, assim, mais pessoal do que particular por que isso aqui influenciou muito na minha formação, na minha formação pessoal e profissional, nessa convivência com esses senhores que nos antecederam e que depois eu tive a honra de juntos com eles participar dessa gama de pessoas. Então essa é a maior herança que eu tenho, a maior recordação que eu tenho da Hípica é essa satisfação e essa sorte que eu tive de lidar com essas pessoas, que dirigiram o clube por muito tempo e com absoluta segurança e prazer, eles foram muito influentes na minha vida, repito tanto pessoal como profissional. O que eu mais guardo na Hípica são todas essas pessoas que passaram por aqui.
Sobre o resgate da história do Clube, eu acho excelente, por que esse clube merece ter sua memória preservada, para todos se inteirarem do que foi esse clube. Mesmo porque isso é um exemplo para Campinas, porque uma das coisas que eu mais reclamo de Campinas é que Campinas não presta homenagem aos seus heróis, suas figuras de proa ou que fizeram um bem para a cidade. Então aqui não, aqui é um resgaste dessas pessoas que merecem ser lembradas e reconhecidas, que devem fazer parte do clube sim, tem que fazer parte do clube. Eu acho louvável esta iniciativa da Stella Rogê, exemplar, do resgate da história da SHC".