Entrevista - Pedro Henrique Delamain Pupo Nogueira

Entrevista com Pedro Henrique Delamain Pupo Nogueira, em comemoração aos 70 anos da Sociedade Hípica de Campinas, em 2018.

Este depoimento faz parte de uma série de entrevistas realizadas para as comemorações dos 70 anos da Sociedade Hípica de Campinas. No total, 33 pessoas foram entrevistadas para o projeto que implantou o Centro de Memória do Clube em 2018: Abelardo Pinto de Lemos Neto, Alfredo Pupo de Campos Ferreira Filho, Antoine Kolokathis, Darcy Paz de Pádua, Dora Ann Lange Canhos, Eliana Aparecida Nascimento Evangelista, Elvino Silva Neto, Elza Maria Spínola Castro Armani, Hamilton de Oliveira, Isabela Affonso Ferreira, Ismar Augusto Ribeiro Neto, José Abel Carvalho de Moura, José Fernando Moreira Monteiro da Silva, José Luiz Arruda Toledo, Juventino Nascimento, Luiz Antônio Baldo Pupo de Campos Ferreira, Márcio Coluccini Francisco, Marcos Alberto Correa, Maria Helena Guimarães Pompêo de Camargo, Maria Helena Barros Ribeiro de Siqueira, Maria Stella Roge Ferreira Grieco, Mauro Correa, Mayra Magalhães Pugliesi, Noreen Campbell de Aguirre, Osvaldo Urbano, Pedro Henrique Delamain Pupo Nogueira, Peter B. B. Walker, Raul Teixeira Penteado Filho, Renata Maria Strazzacappa Barone, Roberto Schmidt Neto, Sílvia Amaral Palazzi Zakia, Vera Vieira, Vítor Trabulsi.

Entrevistado: Pedro Henrique Delamain Pupo Nogueira. Associado e ex-Presidente (2 mandatos). 60 anos. Nascimento: 08/04/1958.


O maior patrimônio da Hípica é o amor e a paixão que a gente sente pelo clube

"Eu passei a minha vida aqui na Hípica, nasci sócio e tive toda uma história de vida social aqui dentro do clube. Participei do primeiro time de basquete que ganhou o primeiro título relevante da cidade de Campinas, que foi o título de Campeão do Interior de 1972, Rogê Ferreira era o presidente e o Dr. Roberto Chaib era o diretor de basquete.
Eu fazia todos os esportes aqui, frequentava a Hípica socialmente e acabei me interessando pela política do clube, acompanho a política até muito antes de me envolver na política da Hípica, desde lá dos tempos do Hélio Moraes de Siqueira, do Jorge Machado Ferreira, mas eu fui sempre envolvido. É uma tradição aqui na Hípica, pelo menos era, não sei como vai ser daqui pra frente, o conselho da Hípica era formado pelas grandes famílias campineiras, então sempre tinha um representante daquela família. Primeiro o meu pai foi conselheiro, depois meu irmão médico foi conselheiro, e eu passei a ser conselheiro na gestão do Peter Walker, meu primeiro mandato como conselheiro foi 1992, se não me falha a memória.
Logo em seguida, na primeira gestão do presidente Elvino Silva Neto, eu tive a honra de ser convidado pelo Presidente do Conselho Deliberativo, o então presidente Raul Teixeira Penteado Filho, eu fui convidado para ser primeiro secretário do conselho, na primeira gestão do Dr. Elvino. Na sequência, já na segunda gestão do Elvino, eu fui muito bem votado e tive a honra de ser convidado a ser presidente do Conselho Deliberativo da Hípica. Fui o presidente na segunda gestão do Neto e na eleição seguinte eu disputei a eleição para o Raul Penteado, perdi, mas foi um momento muito interessante e eu era ainda muito novo para ser presidente da Hípica, mas foi muito mais para marcar posição e ser candidato a presidente.
Na gestão seguinte o Vitor Trabulsi ganhou a eleição e na segunda gestão do Vitor, eu fui o terceiro conselheiro mais votado, perdendo apenas para o Biléo Soares, saudoso Biléo Soares, foi a primeira vez na história da Hípica, ele ganhou do presidente, que era o Vitor Trabulsi, eu fui o terceiro mais votado e fui reconduzido à presidência do conselho. Na próxima, eu fui já candidato a presidente e fui eleito o presidente em dezembro de 2009 e assumi a minha gestão em janeiro de 2010.
Você percebe na Hípica que nada é feito de qualquer jeito, cada cantinho alguém pensou, cada biquinho de calçada tem um “detalhezinho” diferente e isso realmente traz um orgulho violento para o sócio, assim: “Eu sou sócio da Hípica”, “A Hípica é o melhor clube do Brasil”, “A Hípica é maravilhosa, com as nossas palmeiras imperiais, com essa arquitetura colonial maravilhosa”. Você me lembrou de uma frase que eu sempre falei e será legal que ela fique registrada aqui para os primórdios: “O maior patrimônio da Hípica, além dessa beleza, dessa estrutura maravilhosa, é o amor e a paixão que a gente sente pelo clube”. É nítido, né? Eu acho que as demais coisas são decorrentes disso. O cara quer ser presidente da Hípica ou diretor da Hípica, ele quer ajudar a Hípica, por quê? Porque ele tem paixão pelo clube.
Eu tinha um amigo, que foi muito conhecido aqui, que foi um dos maiores cavaleiros do hipismo da Hípica, Waldemar José Pacheco e Silva Strazzacappa, o Neno. Ele foi grande ‘parceiro’ meu aqui, o pai dele foi o arquiteto da sede. O Neno tinha uma fala sobre clubes, que eu nunca me esqueci, ele falou: ‘Pedro, os clubes aqui de Campinas, cada um teve seu tempo áureo, em algum momento. Nós temos que ter a competência de eternizarmos esse momento áureo da hípica”.
Eu quero parabenizar a presidente Stella Rogê por essa iniciativa, que eu acho de extrema importância. Você pode resgatar e registrar os momentos históricos de uma trajetória tão vitoriosa, como a trajetória da Hípica. Com isso, nós fazemos justiça com todas as pessoas que trabalharam aqui e se dedicaram ao clube. Então, eu acho que quem não tem conhecimento do passado, não pode olhar para o futuro.
É chato citar nomes, porque sempre você vai esquecer de alguém, de alguma coisa, e não é legal. Mas olha, nós tivemos aqui na gestão do Elvino, o Reveillon do ano 2000, foi uma festa maravilhosa. Nós tivemos aqui o aniversário de 50 anos da Hípica em 1998, foi aqui na piscina e foi uma festa maravilhosa. A Hípica sempre fazia grandes festas, mas assim, a cada 5 anos, em datas marcantes, 50 anos, 55 anos... E eu não, eu fiz festa todos os anos. Então, eu fiz 5 aniversários na piscina. Eu introduzi a “Feijoada da Hípica”, que hoje é uma festa que tem um sucesso maravilhoso".