Entrevista - Abelardo Pinto de Lemos Neto

Entrevista com Abelardo Pinto de Lemos Neto em comemoração aos 70 anos da Sociedade Hípica de Campinas, em 2018.

Este depoimento faz parte de uma série de entrevistas realizadas para as comemorações dos 70 anos da Sociedade Hípica de Campinas. No total, 33 pessoas foram entrevistadas para o projeto que implantou o Centro de Memória do Clube em 2018: Abelardo Pinto de Lemos Neto, Alfredo Pupo de Campos Ferreira Filho, Antoine Kolokathis, Darcy Paz de Pádua, Dora Ann Lange Canhos, Eliana Aparecida Nascimento Evangelista, Elvino Silva Neto, Elza Maria Spínola Castro Armani, Hamilton de Oliveira, Isabela Affonso Ferreira, Ismar Augusto Ribeiro Neto, José Abel Carvalho de Moura, José Fernando Moreira Monteiro da Silva, José Luiz Arruda Toledo, Juventino Nascimento, Luiz Antônio Baldo Pupo de Campos Ferreira, Márcio Coluccini Francisco, Marcos Alberto Correa, Maria Helena Guimarães Pompêo de Camargo, Maria Helena Barros Ribeiro de Siqueira, Maria Stella Roge Ferreira Grieco, Mauro Correa, Mayra Magalhães Pugliesi, Noreen Campbell de Aguirre, Osvaldo Urbano, Pedro Henrique Delamain Pupo Nogueira, Peter B. B. Walker, Raul Teixeira Penteado Filho, Renata Maria Strazzacappa Barone, Roberto Schmidt Neto, Sílvia Amaral Palazzi Zakia, Vera Vieira, Vítor Trabulsi.

Entrevistado: Abelardo Pinto de Lemos Neto. Associado, Presidente do Conselho Deliberativo da SHC (2016-2018). 53 anos. Nascimento: 07/04/1965.

Sociedade Hípica de Campinas, um clube, várias gerações

"Sou de 1965. Eu era usuário do parquinho, da primeira piscina, de jogar futebol onde era o estacionamento. Participei de todas as categorias do Futebol. Com sete anos comecei a jogar tênis e joguei também em todas as categorias. Conheci todos os professores que passaram por aqui. João Sartori foi o meu 1º professor. Ele dava aula na quadra nº 1. Depois ele foi o meu técnico na Associação Atlética Ponte Preta (AAPP). Representei a Hípica em vários torneios, minha história no tênis é bem longa. Jogo até hoje, raquetinha e tênis.
Éramos bastante jovens, jogávamos principalmente o Interclubes, íamos muito para São Paulo. E era uma festa! Íamos num micro-ônibus, e nem sempre todos jogavam no mesmo lugar. Então o micro-ônibus ia passando pelos clubes de São Paulo e pegando a garotada. Eu me lembro de uma passagem bem interessante que nós fomos jogar no Esporte Clube Pinheiros (ECP), era o 2º jogo entre a Ponte Preta (AAPP) e o Corinthians, no final do Campeonato Paulista de 1977. E cada gol que saía a gente parava de jogar e ia para o restaurante do Pinheiros, para ver o gol, nós e os adversários. Foi muito divertido. Nós éramos muito unidos e somos amigos até hoje, jogamos até hoje.
Eu participei da ideia da criação da Ouvidoria nessa gestão (2016-2018), que era justamente para dissociar da ação do SAA (Serviço de Atendimento ao Associado). O SAA é reativo. A Ouvidoria tem que ser ativa: ela recebe a demanda do associado, e têm que trazer a solução, e não só atender uma reclamação. A ouvidoria é muito mais do que isso: tem que dar uma resposta e nem sempre tem que ser diante de uma crítica. Pode ser até um elogio, sugestões, e encaminhar isso. O SAA não tem essa função porque ele atende à demanda do associado. Estamos buscando uma efetividade maior para que o associado consiga enxergar quão útil é uma Ouvidoria.
Estou no Conselho Deliberativo há quase 20 anos. Hoje o Conselho tem uma participação jovem muito maior. Hoje eu sou um dos mais experientes dentro do Conselho, nunca imaginei que seria um dos mais experientes. Você tem que saber receber essa carga de ideias novas, estar aberto para receber isso. O Clube precisa disso, é o principal, estar aberto para receber ideias das gerações mais novas. Em todos os órgãos de gestão tem que haver um equilíbrio. Você tem que ter pessoas que conheçam a história do Clube e as gerações dos jovens e seu anseio para transformar uma série de coisas.
Hoje, só o filho do Sócio Titular é quem tem a possibilidade de adquirir o Diploma revertido. O que nós entendemos que não é justo. O Sócio Titular compra o título hoje, e o filho dele quando fizer 25 anos têm o direito de comprar um diploma revertido (se houver). Ao passo que aquele que comprou o Diploma em 1994, que está aqui no Clube até hoje, não tem essa possibilidade. Quando ele completar 25 anos, ou ele compra o título ou ele deixa o Clube! Para corrigir essas distorções, vamos chamar uma assembleia para o associado votar se tem ou não interesse de que esses assuntos sejam revistos.
Eu acho a iniciativa do projeto do Centro de Memória da Hípica excelente. Desde o primeiro momento que a Presidente Stella Roge comentou comigo, eu disse a ela que o Conselho Deliberativo apoiaria 100%. A Hípica sempre teve gestos no sentido de resguardar a sua história, mas nunca de forma organizada. Eu acho que hoje esta iniciativa vem trazer uma organização que não pode voltar atrás, independente de gestão, independente de quem esteja dirigindo o Clube. Guardar a história do Clube é você preservar a tradição, é você mostrar às novas gerações que tudo aqui é história. Nós fazemos parte desta história e o Clube faz parte da nossa história, principalmente nós que nascemos e crescemos dentro do Clube. É um dever nosso zelar por essa história. Essa iniciativa, se não é a principal, é uma das melhores dessa gestão".